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28 de dez. de 2011

Bocarra-negra alimenta-se de peixes maiores que ele

Animal consegue engolir peixes grandes devido à distensão de seu estômago.



Bocarra-negra

O mar profundo... Já imaginou o meio do mar profundo? Escuridão total, centenas de metros acima está a superfície, centenas abaixo, o fundo. No meio, o nada, onde todos os sentidos se confundem. Não há acima ou abaixo, sua orientação já era! Nessa região gigantesca, que se estende por dezenas de milhares de quilômetros, a vida é um espetáculo à parte!
Milhões e milhões de organismos de todos os tamanhos e formas, adaptados perfeitamente a viver no nada. De minúsculas lulas a enormes tubarões, a vida exibe sua diversidade indo a tais extremos que pensaríamos estar vendo alienígenas de outro universo.
Onde reina a escuridão há milhões de bichos com fotóforos, que são órgãos especiais que emitem luz, como vaga-lumes. Tal luminosidade permite disfarces e encontros, mas também podem denunciar a presença, e o predador virar presa. Daí, muitos animais são totalmente escuros, sem fotóforos, mais difíceis de serem percebidos, como é o caso do Bocarra-negra, um perfeito exemplo de adaptação.
O Bocarra-negra (Chiasmodon niger) é um peixe pequeno e alongado, marrom escuro a negro, de até 25 cm de comprimento, que vive na meia-água entre 100 e 3.300 metros de profundidade, geralmente a partir dos 750 metros. Sua distribuição é colossal, pois pode ser encontrado em todos os mares tropicais e subtropicais; no caso do Atlântico americano já foi coletado desde o sul do Canadá e das Ilhas Bermudas até o Espírito Santo, no Brasil.
 A protuberância no ventre é a sardinha que ele engoliu inteira 
Alimenta-se exclusivamente de peixes, mas... se a comida for maior do que ele? Não tem conversa, engole também! Sua boca se distende (veja na foto), assim como seu estômago e ventre, permitindo-lhe engolir presas de seu tamanho ou mesmo um pouco maiores, que cabem inteirinhas dentro de sua barriga! Além da boca ampla, tem duas séries de dentes curvos e afiados nos maxilares, além de outros maiores frontais, que servem para segurar bem o que abocanha. Afinal não deve ser sempre que topa com comida dando sopa no meio do nada...
A reprodução aparentemente acontece na primavera e seus ovos e larvas são planctônicos, ou seja, vivem à deriva no meio do plâncton. Com 20 a 23 mm, as larvas se transformam em juvenis de corpo claro e com manchinhas escuras no dorso e ventre. Com cerca de 8 mm sua cor já é uniformemente escura.
Alfredo Carvalho Filho é publicitário e biólogo, autor de inúmeros trabalhos científicos, artigos populares e do livro “Peixes Costa Brasileira”. Escreve todo mês sua coluna “Que Peixe é Este” para a revista "Pesca Esportiva

25 de dez. de 2011

Aranha-caranguejo: o aracnídeo que anda de lado

Aranha-caranguejo: o aracnídeo que anda de lado

Apreciam flores e armam emboscadas para insetos invasores.


Aranha-caranguejo
A aranha caranguejo pertence a uma das poucas famílias de aranha que não fazem teias. Esta aranha produz uma espécie de seda que saem das suas glândulas fiandeiras, também chamadas de fieiras. Estes fios de seda são utilizados para construção de casulos, para a proteção dos ovos e também para a locomoção.
A maioria destas espécies de aranha habitam regiões com bastante quantidade de flores. Apesar de ficarem expostas para predadores, ao ficarem nas plantas, existe a possibilidade de atacarem insetos invasores. A aranha segura o invasor rapidamente e injeta o veneno.
Insetos são as presas favoritas da aranha-caranguejo
Na maioria destas aranhas-caranguejos, assim como na maioria das aranhas, o macho é muito menor que a fêmea.  Ela normalmente possui o cefalotórax branco ou amarelo e o seu abdômen com formato de ovo.
O macho é todo negro com uma extensa faixa amarela. O abdômen é branco com duas linhas escuras. O nome aranha-caranguejo designa de um comportamento parecido entre esta aranha e o caranguejo, o fato de ambos andarem “de lado”.

10 de dez. de 2011

Saiba identificar uma cobra venenosa

Formato da cabeça e dos anéis é uma das maneiras de identificação.


Para distinguir uma cobra venenosa de uma não venenosa é necessário verificar vários aspectos como a cauda, formato da cabeça, formato da pupila, das escamas, das cores e do tipo de dentição.
O maior exemplo de confusão entre as cobras é a cobra-coral. Existe uma espécie peçonhenta e outra não peçonhenta. A distinção é muito difíci, l possível apenas através de um exame minucioso da posição das presas ou da qualidade dos desenhos (anéis).
A coral verdadeira geralmente é identificada pela posição das presas ou pela quantidade e delineamento dos seus anéis. As peçonhentas de forma geral possuem um ou três destes anéis completos em volta do corpo e as não-peçonhentas os possuem apenas na parte dorsal.
Existe um antigo ditado para distinguir uma coral verdadeira da coral falsa: “Vermelho com amarelo perto, fique esperto. Vermelho com preto ligado, pode ficar sossegado”
 Coral-verdadeira

De uma maneira geral as cobras venenosas possuem uma cabeça triangular, as cores são vermelho, preto, branco e amarelado, com o corpo em anéis, com fasseta loreal (órgão para detectar presas) e uma pupila em formato de fenda vertical.
As não-venenosas possuem uma cabeça arredondada com uma coloração viva e brilhante. Os dentes são serrilhados, a pupila com formato arredondado e as escamas são lisas.

Coral-falsa

Garoupa muda de sexo após nove anos de idade

O peixe está no verso das cédulas de cem reais.


Garoupa

As garoupas são peixes muito apreciados na culinária, devido a sua carne branca. Têm grande importância para a pesca e algumas espécies são inclusivamente criadas em instalações apropriadas, em zonas costeiras.
É uma das famílias de peixes com maior variedade de espécies em nosso litoral. Em geral possuem corpo robusto com a cabeça larga e grande, ventre geralmente protuberante e cauda arredondada. A coloração varia em tons pardos, mais escuros no dorso, com manchas espalhadas pelo corpo em alguns indivíduos.
São habitantes dos oceanos tropicais, subtropicais e temperados, vivendo geralmente em fundos coralinos ou rochosos, onde têm o hábito de se esconderem. São considerados predadores - a maior parte tem uma boca grande e dentes aguçados, por vezes, mesmo no céu-da-boca. Algumas espécies atingem tamanhos enormes - até 2,40 metros e mais de 300 Kg de peso. Muitas têm cores brilhantes e padrões de coloração muito especiais.
Garoupa-verdadeira
A garoupa verdadeira, Epinephelus marginatus, esta amplamente distribuída no oceano Atlantico. O peixe é conhecido por estar presente na nota de 100 reais. Uma de suas maiores curiosidades é o hermafroditismo apresentado. Os peixes nascem fêmeas e após anos tornam-se machos.
Acredita-se que esta inversão ocorra entre os 9 e 16 anos de vida, com indivíduos pesando mais de 9 quilos. O tamanho da primeira maturação fica entre 35 e 60 centímetros de acordo com estudos realizados para a espécie na região de Santa Catarina.