Um inseto não sabe o que é, mas um golfinho sabe que é um golfinho. Um elefante sabe que é um elefante Um cachorro sabe que é um cachorro. A ciência hoje acredita que a diferença entre as nossas faculdades mentais e as dos gatos, chimpanzés seria de grau, não de tipo. As evidências de hoje indicam que muitos animais sentem alegria, tristeza, pena... Um camaleão não sabe que esta mudando de cor quando se camufla. Cobras não têm consciência de que enganam predadores quando se fingem de mortas. E pelicanos voam numa formação em V sem saber que assim poupam energia e facilitam a comunicação entre o bando e o líder. Tudo isso é obra da seleção natural. Por outro lado o corvo que entorta um arame com o bico para utiliza-lo como vara de pesca não esta agindo de forma programada. Tiveram de ser criativos para isso. Para começar a entender como funciona a inteligência em mentes que não são Homo sapiens, temos que compreender como elas percebem o mundo. Para os humanos uma rosa é uma flor romântica. Para um besouro ela é um território de caça. Um leopardo mal percebe que as rosas existem. Um cachorro não vai ligar para ela a menos que ela contenha xixi de outro cachorro ou tenha sido tocada pelo dono. Chimpanzés têm sentimentos complexos como inveja e vergonha (escondem os rosto quando fazem alguma besteira) E quem tem vergonha não é menos consciente que nos. Geneticamente estão mais próximos de nos que os gorilas. Até os animais menos brilhantes podem surpreender, mas nenhum é tão malandro quanto os que temos em casa. Alguns gatos emitem uma súplica de alta frequência quando querem comida similar ao choro de um bebê. Cachorros aprendem rápido quem são as pessoas que podem colaborar e as que não lhes dão bola. Num ranking de inteligência emocional os cães são campeões. O segredo é o contato visual. Olhando nos olhos eles podem detectar o nível de atenção dos donos e atuar de acordo com ele. Essa habilidade é um atributo evolutivo: os cães são descendentes de lobos que trocaram a matilha pelas aglomerações humanas há 13 mim anos. Mas o brilho dos cães e gatos não chega perto da de um concorrente quase descerebrado: o papagaio. A proporção entre o tamanho do cérebro e o tamanho do corpo também não diz tudo, pois favorece bichinhos nada brilhantes. No esquilo por exemplo, a relação entre o tamanho do cérebro e o do é de 3%, contra 2% no homem. Outra explicação clássica é o tamanho do neocórtex. È a parte mais externa do cérebro, justamente a que evoluiu por último no reino animal. Mas, hoje sabe-se que ele não é indispensável para o pensamento. O papagaio não era mamífero, não tinha neocórtex, mas raciocinava. E outros pássaros dão show de inteligência. Eles jogam pedras dentro de um reservatório para fazer a água subir e assim poder toma-la. Outros corvos pegam conchas com o bico na areia, levam até o alto e jogam em cima das pedras. Depois de alguns arremessos as conchas quebram e eles comem o recheio. Os corvos entendem causalidade ( se eu fizer x acontece y). O Homo sapiens é o único capaz de dominar sintaxe, formar frases e registrar o que pensa. Mas alguns bichos podem compreender a nossa linguagem quase como se fosse uma pessoa, embora não a consigam reproduzi-la com a desenvoltura de um papagaio. Um bonomo (parente do chimpanzé) criado por uma pesquisadora cresceu exposto ao nosso vocabulário e domina 400 palavras, forma frases apontando para um glossário com símbolos, conjuga verbos. Golfinhos aprendem linguagens artificiais. Certos animais quando treinado conseguem compreender parte da linguagem humana. Os animais também comunicam-se entre si. As abelhas dançam para informar a distância e a direção das fontes de alimentos. Golfinhos têm uma linguagem interna. Eles se comunicam por assovios e sinais corporais como saltos, tapas da cauda na água e fricção na mandíbula. Os passarinhos ficam nervosos e amam também. Mais de 90% das aves são monogâmicas. Gansos e corvos passam a vida fiéis a um único parceiro. Já os pombos traem. É improvável que o amor tenha aparecido entre os Homo sapiens sem nenhum precursor na escala evolutiva. Alguns cachorros se recusam a comer quando os donos vão viajar. Mas poucos animais mostram suas emoções com tanta clareza quanto os elefantes. Eles ficam de luto. Quando reconhecem a ossada de um membro de um grupo eles gentilmente se reúnem em torno dele. Os órfãos sofrem de depressão, até filhotes que presenciaram sua mãe ser morta acordam gritando. Chimpanzés mortos também são emotivos: passam horas se despedindo do corpo da mãe. As vacas são fofoqueiras. Formam pequenos grupos de amiga, tem rixas com outras vacas e guardam rancor por anos. Elas também sentem prazer ao vencer desafios. O prazer com o sexo também é universal. E entre os mamíferos é parecido com o nosso. As vezes melhor.
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27 de mar. de 2011
25 de mar. de 2011
Crico
Crico era um patinho muito triste, ele era primo do patinho feio e era feio também.
Sabia que, na verdade, ele se transformaria em um belo cisne, mas, isso era só num futuro bem distante, e para ele agora só importava o presente.
Ele não conseguia pensar em termos de futuro, ele estava sofrendo agora!
Agora ele se sentia muito triste.
Ele não pensava como os outros de sua espécie.
Sentia-se um “estranho no ninho”
Não tinha a menor idéia de onde vinha aquela melancolia.
Desconhecia os motivos de suas lágrimas perdidas pelo rosto.
Precisava de explicações, precisava de motivos, precisava enfim de se sentir seguro, se apegar em algo hoje.
Não tinha fé no futuro, será que viria este futuro desconhecido?
Assim, seus dias eram perdidos com longos pensamentos.
Nadava, ou melhor, flutuava nas águas do imenso lago deixando as ondas o levar.
Ficava perdido no meio do lago.
Quando alguém o chamava: Crico! Crico!
Não respondia aos primeiros chamados.
Não tinha amigos, porque ele diferente, e todo mundo gosta de patos normais, que pensam iguais, que pensam como patos, que nadam, que falem a mesma língua.
Crico era diferente. Os outros patos não se importavam com patos que pensavam.
Tinha até uma patinha que se interessava por ele, alisava suas peninhas, ficava olhando demoradamente para ele esperando uma correspondência.
Os dias foram se passando e ele não melhorava.
Os patos familiares haviam desistido dele e não se importavam mais se ele estava assim ou assado.
Crico resolveu, então, sair pelo mundo.
A patinha o seguiu silenciosamente e ele caminhando a bel prazer.
Encontrou lagos em seu caminho, muitas pedras, muitos patos, e eram todos iguais.
Crico voltou para casa.
Não encontrou nada fora, apenas notou Fabíola, a patinha que o acompanhava quieta e sempre.
Então, Crico resolveu ser somente um pato, ficar com Fabíola, ter uma vida comum como os outros patos da sua espécie e ter muitos patinhos.
E nadar, nadar, nadar.
Tem muita gente que é Crico em Terra de patos.
Se você se sente diferente das outras pessoas não tente se igualar. Se você é diferente é porque é especial.
Iride Eid Rossini
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22 de mar. de 2011
Guto
Lembro-me do tempo em que passeava no Shopping no colo dela.
Eu me sentia tão amado!
Minhas roupinhas eram cuidadosamente escolhidas combinando com a ocasião.
Todos me achavam uma gracinha, paravam para me ver e minha dona ficava muito orgulhosa.
- - Guto! Respondia quando perguntavam pelo meu nome.
Em seguida dizia todas as gracinhas que eu fazia.
Naquele tempo eu era único. Pensei que jamais seria substituído por ninguém, até que chegou o Rorô, um cãozinho de 2 meses. Confesso que fiquei com ciúmes.
Ainda bem que daqui de fora eu não posso ver o carinho que era meu ser dado para ele.
Acho que agora eu não presto para mais nada, estou velho, feio e doente.
Mas vou continuar fiel a ela, não permitirei que ninguém chegue próximo ao portão.
Se ao menos pudesse tomar um banho, não precisava ser de pet shop.
É que depois de velho eu passei a me coçar, será que é sarna?
Sabe de uma coisa?
Se a carrocinha passar eu vou me deixar levar.
Quem sabe alguma criança gosta de mim e vem me buscar.
Iride Eid Rossini
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